Dizem que matemáticos não leem, mas essa afirmação não é sempre verdade.
Vamos demostrar isso, por meio dos nossos depoimentos sobre algumas de suas experiências com a palavra escrita.
Cintia Lopes
Minha experiência com a leitura se iniciou cedo na infância, fui alfabetizada
antes de completar 6 anos de idade por minha mãe. Ela é uma leitora admirável.
Pouco estudou mas lê tudo o que é posto em suas mãos, mesmo quando acha a
leitura tediosa ou difícil, insiste e vai até o fim.
Sempre me incentivou a ler e quando eu era bem pequena comprou uma coleção de
livrinhos infantis para mim. Nos livrinhos a leitura era intercalada com
atividades para pintar ou escrever. Foi ali que conheci diversas histórias
clássicas da literatura infantil como: O patinho Feio, Ali Babá e os Quarenta
Ladrões, As roupas novas do Imperador, O flautista de Hamelin, O soldadinho de
chumbo, O rouxinol e o Imperador, entre outras. Como gostava daqueles
livrinhos!!! Eu lia e corria logo para guardá-los na caixinha de papelão aonde
vieram, para que não estragassem ou empoeirassem.
Foi com minha mãe também que aprendi a gratificante experiência de doar.
Quando os livrinhos se tornaram infantis demais para mim, eu os doei a uma
criança que estava sendo alfabetizada, para que pudessem ser importantes para
ela como foram para mim.
Ainda hoje minha mãe e eu passamos horas lendo, lado a lado, de vez em quando
quebramos o silêncio da leitura para fazer um comentário sobre algo que achamos
interessante na história. Um belo hábito que cultivamos até hoje!
Fabricio Matheus da Fonseca
A experiência que obtive em sala de aula a respeito de leitura, irei
destacar um que ocorreu no ano de 2011, em uma escola de Francisco Morato, lugar
em que tive a oportunidade de ser interlocutor para uma estudante surda, com
nome de Ana. Na época estava cursando o 4º ano do ciclo I, foi um trabalho que
gostei muito, não somente por estar ao lado de surdos mas também por transmitir
som pelas mãos, para que o surdo consiga compreender o que está ao seu
redor.
Enfim, determinado dia a professora estava lendo uma fábula na sala de aula
de João e Maria e ao fazer a tradução para a aluna surda, notei que os seus
olhos começaram a lacrimejar, ela estava sentindo uma emoção inexplicável. em
seguida, ela começou a relatar que um dia antes ela estava assistindo o canal
cultura e naquele momento também passou o episódio da mesma história, porém
devido a falta de tradução ela não conseguiu compreender, mas após a tradução
ela sentiu a verdadeira emoção na leitura de uma fábula ou história.
Infelizmente por burocracias de contrato da categoria "o", não foi possível
eu continuar como interlocutor da Ana, que acabou o restante do ano letivo sem
interprete na sala de aula, pois não há profissionais nesta área, lastimável!!!!
Vânia Maria de Lima Pereira
A prática da leitura sempre esteve presente em minha vida, desde muito cedo
desenvolvi o hábito de ler e continuo nesse mesmo ritmo até hoje. Acredito que
este fato tenha se consolidado no 2º ano primário, quando a professora teve a
feliz ideia de nos presentear com um livro no dia das crianças, fiquei
maravilhada com o presente, cheguei em casa e comecei a ler naquele mesmo
dia.
Acho, também, que tive sorte por estudar em uma escola que
oferecia uma biblioteca com acesso irrestrito aos alunos. Devorava “Monteiro
Lobato” e como toda adolescente da minha época li muito “Sabrina”; “Bianca”,...
escutei muito que esse tipo de leitura era “cultura inútil”, porém não acredito
em cultura inútil, pois foi uma fase que ajudou a despertar mais o meu interesse
pela leitura. Depois vieram os clássicos e leituras diversificadas que mantenho
até hoje.